Oficina criativa com Graça Capinha, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Disrafismo e Ventriloquia — a escrita criativa como fenómeno experimental

Este curso pretende levar à escrita como campo aberto de experimentação e de liberdade, questionando modelos hegemónicos do que se entende como “escrever bem”. Propõe-se, antes, “escrever mal”, procurando a expansão da linguagem e do sujeito num campo infinito de possibilidades para sentidos outros.

Dividido em duas sessões (manhã e tarde), os exercícios da primeira sessão procuram levar a uma reflexão sobre a natureza do material em uso: as palavras e o seu fazer (poiein). Será a linguagem, na sua materialidade, que revelará formas/sentidos. Como poderemos manipulá-la para sairmos de mapas reconhecidos e entrar nesse campo aberto a formas/sentidos outros?

Na segunda sessão, os exercícios desafiam os participantes a compor uma narrativa curta, mais uma vez, desconstruindo os seus elementos estruturais mais normativos, procurando possibilidades para reinaugurar novas visões do mundo.

Bio:

Graça Capinha é docente da Faculdade de Letras (Americanística, Tradução, Poética e Escrita Criativa) e Investigadora do Centro de Estudos Sociais (Literatura da Emigração Portuguesa [EUA/Brasil], Políticas & Poéticas das Identidades) da Universidade de Coimbra. Na década de 90, colaborou no Programa de Poética da State University of New York, em Buffalo, onde teve a oportunidade de trabalhar com alguns poetas da L=A=N=G=U=A=G=E School; e com o Centro de Artes de Belgais, como formadora na área da escrita criativa, em diversos cursos interartes para músicos e para crianças.

Gosta de desaprender e de ensinar os/as alunos/as a fazer o mesmo.

Arrastou um curso livre de escrita criativa, “Oficina de Poesia”, e uma revista de poesia com o mesmo título durante 17 anos, e (des)organizou Encontros Internacionais de Poetas durante outros tantos.

Acredita que não há poética sem política. Além disso, viaja.